terça-feira, 29 de maio de 2007

Paris antes das intervenções urbanas de Haussman


Entre 1830 e 1850, a urbanística moderna dá seus primeiros passos, onde discutem os defeitos da cidade industrial, por mérito dos técnicos e dos higienistas que se esforçam por remediá-los. As primeiras leis sanitárias são o modesto começo sobre o qual será construído, o complicado edifício da legislação urbanística contemporânea.
A atenção dos reformistas limita-se a alguns setores e suas ações, volta-se para a eliminação da insuficiência de esgotos, de água potável, a difusão das epidemias.
A construção dos esgotos e dos aquedutos exige um mínimo de regularidade, planimétrica e altimétrica. A execução de algumas obras públicas, como estradas, ruas e ferrovias, exige novos processos de expropriação do solo, e uma série de novos instrumentos técnicos.
A urbanística desempenha um papel importante neste novo ciclo de reformas e transforma-se em um dos mais eficazes instrumentos de poder, especialmente na França.
As experiências técnicas não encontram mais obstáculos, mas sendo solicitadas pelo novo clima político, desenvolve-se com grande rapidez nos decênios posteriores a 1848. Nasce, assim, a urbanística neoconservadora, à qual se deve a reorganização das cidades européias na segunda metade do século XIX e nos primeiros decênios do XX.
Ao lado das preocupações de ordem política, existem motivos econômicos e sociais que impelem no mesmo sentido. O centro da antiga cidade é cada vez mais claramente incapaz de suportar o peso de um organismo tão crescido; as ruas medievais e barrocas não são suficientes para o trânsito, às velhas casas parecem inadequadas face às exigências higiênicas da cidade industrial, a concentração da função e dos interesses na capital fez com que aumentassem tanto o preço dos terrenos que uma radical transformação nas edificações tornou-se inevitável.
Fonte de Pesquisa:
BENEVOLO, Leonardo. A Cidade e o Arquiteto, Método e História na Arquitetura, São Paulo: Perspectiva, 1984.