terça-feira, 29 de maio de 2007

Vitória antes das intervenções urbanas

Seja demolindo, construindo, aterrando ou elaborando o 1º código de Posturas da cidade, em 1894, Muniz Freire inicia uma “nova forma de governar”.
A transformação, na conjuntura política estadual é iniciada, e se concretizam definitivamente, modificando a partir daí, a atuação dos governantes que passam a planejar ou a programar suas realizações e executá-las.
As modificações são dotadas de um caráter acentuadamente sanitarista e higienizadora, as intervenções têm neste momento, a intenção de construir uma Nova Cidade, mais moderna, onde a linguagem urbana é a da retidão das formas e da amplitude dos espaços, numa negação ao indefinido, ao “confuso da cidade colonial”.
A elite econômica local, exportadores e comerciantes de café, passa a desejar uma cidade mais limpa, organizada, higienizada e harmônica.
A economia capixaba, que tinha como base à lavoura cafeeira para exportação, passava por um de seus melhores momentos, acompanhando uma situação que se dava em toda a economia nacional. Inflama-se uma onda de melhorias urbanas que renovam a cidade de forma à “colocá-las à altura” do novo momento da economia capixaba.
A capital passa a ser completamente reorganizada, alinhada, remodelada, através de uma série de intervenções – aterros, demolições, correção de alinhamentos, jardins – que dão a cidade um novo “ar”, uma nova “fisionomia”, onde a limpeza e clareza nas formas tornam-se a expressão do “status quo” da elite local.
As reformas vêm carregadas, ideologicamente, das teorias racionalistas que, desde meados do século 19 circulavam na Europa, tendo em Hausmann maior exemplo com suas obras no cento de Paris onde a “velha” estrutura é modificada pelas amplas avenidas.
O que passa em Vitória não é muito diferente, tomadas às devidas proporções, tanto ao nível da economia, quanto abrangência e dimensão das intervenções.
Assim, a cidade é “tratada”, remodelada e estendida atendendo aos interesses e aspirações da burguesia local, então em ascensão com o crescimento da economia capixaba, em Vitória, as melhorias no seu aspecto e nas condições de salubridade ocorram associadas a modificações em sua estrutura urbana de modo a aumentar a eficiência daquela que é seu sustentáculo, a atividade comercial.

Fontes de Pesquisa:

ALMEIDA, Renata Hermany, O Centro de Vitória, Monografia – Prós-Graduação, Curso de Arquitetura e Urbanismo, UFES, 1986.

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