terça-feira, 29 de maio de 2007

A Paris de Haussman, linearidade, vias largas, edifícios padronizados e pontos turísticos emoldurados.


As obras executadas por Haussmann nos dezessete anos de poder podem ser divididas em cinco categorias:
Antes de tudo, as obras viárias: a urbanização dos terrenos periféricos, com o traçado de novas retículas viárias, e a abertura de novas artérias nos velhos bairros, com a reconstrução de edifícios ao longo do novo alinhamento.
A velha Paris compreendia 384 quilômetros de ruas no centro e 335 nos subúrbios; ele abre, no centro, 95 quilômetros de ruas novas e na periferia, 70 quilômetros. O núcleo medieval é cortado em todos os sentidos, destruindo muitos dos antigos bairros, especialmente aqueles perigosos situados no Leste, que eram o foco de todas as revoltas. Na prática, Haussmann sobrepõe ao corpo da antiga cidade um nova malha de ruas largas e retilíneas, formando um sistema coerente de comunicação entre os principais centros da vida urbana e as estações ferroviárias, garantindo, ao mesmo tempo, eficiência diretora ao trânsito, por cruzamento e por anéis; ele evita destruir os monumento mais importantes, mas faz com que fiquem isolados e adota-os como pontos de fuga para as novas perspectivas viárias.
Em segundo lugar, os trabalhos de edificação realizados diretamente pela Administração e por outras entidades públicas. Compete à Administração a construção dos edifícios públicos nos novos bairros e nos velhos submetidos às transformações reguladoras.
Merecem um relato à parte os trabalhos para a criação dos parques públicos. Haussmann começa a arrumar o Bois Boulogne, a antiga floresta situada entre o Sena e as fortificações ocidentais; em virtude de sua posição e de sua vizinhança com os Champs-Elysées, este parque torna-se logo sede da vida mais elegante de Paris.
Haussmann renova também as instalações da velha Paris. Instalações hidráulicas, nova rede de esgotos, a instalação de iluminação é triplicada, serviço de transportes públicos é reordenado.
Finalmente, Haussmann modifica a sede administrativa da capital. Em 1859, onze Comunas em torno de Paris, compreendidas entre o cinturão alfandegário e as fortificações de Thiers, são anexadas à cidade de Paris. Com efeito, as obras públicas não fazem somente subir os preços dos terrenos circundantes, mas influem em toda a cidade, favorecendo seu crescimento e aumentando as rendas globais.
Fonte de Pesquisa:
BENEVOLO, Leonardo. A Cidade e o Arquiteto, Método e História na Arquitetura, São Paulo: Perspectiva, 1984.

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